18 setembro 2017

Wolfgang Schäuble


Wolfgang Schäuble faz hoje 75 anos.
Como faz anos, e só por esse motivo, vou-lhe fazer um elogio.
Há dias afirmou que não vale a pena ter ilusões sobre as reformas. Se a evolução demográfica continuar como está (baixa taxa de natalidade e as pessoas a viver cada vez mais anos) é impossível garantir reformas decentes.
E diz isto em plena campanha eleitoral! O homem tem coragem.



3 comentários:

Manuel Rocha disse...

Sabe, eu não sei se o que diz do homem é um elogio, pois a coragem que lhe atribui tb por ser lida como incapacidade para "pensar fora da caixa", ou como manifestação de subserviência a outras agendas.
Essa coisa de olhar para o futuro como se ele fosse uma mera projecção do passado, sendo muito característico dos fãs da "TINA" ( entre os quais se destaca o cavalheiro em questão ), não me parece abonatório. Quando se tem vinte anos, é normal que não se interprete a história como demonstração da infinita capacidade dos humanos para inventar e produzir realidade. Mas quando se chega aos 75 e se continua com essa incapacidade, isso não me parece bom. Com efeito, e no caso concreto, o cavalheiro até teria razão se se assumisse como imutável o actual desenho do sistema de contribuições ( em que os descontos dos activos pagam as pensões dos reformados ). Mas não é. Há outros desenhos possiveis. Entre eles a possibilidade de as empresas de capital intensivo virem a descontar para o sistema de forma não proporcional à mão-se-obra que empregam, hipotese que tem sido bastante falada. Mas claro que também se pode dar o caso de o cavalheiro não o ter referido por fazer parte da guarda avançada desses interesses.

Cump.

Helena Araújo disse...

Eu estava apenas a notar a ousadia de, em plena campanha eleitoral, dizer abertamente algo que o eleitorado não quer ouvir. Era só isso.
Quanto à insinuação sobre o Schäuble fazer parte da guarda avançada dos interesses das empresas de capital intensivo: o Manuel Rocha deve saber coisas que mais ninguém sabe.

Manuel Rocha disse...

:)

Quando escrevi "desses interesses", queria referir-me aos relativos à ordem neo-liberal instalada ( e da qual o cavalheiro é público defensor...) que, objectivamente, interessa às empresas em questão. Ora observar isso não é o mesmo que insinuar que o senhor esteja na "folha de pagamentos" das ditas, certo ?

Cump